Se a crise no mercado de crédito hipotecário norte-americano de alto risco e o aumento da volatilidade nos mercados accionistas lhe têm perturbado o sono, que tal adicionar alguma calma ao seu portefólio de acções?
Não é fácil encontrar títulos insensíveis à actual crise. No entanto, existem empresas que, devido à natureza do seu negócio,
estão a passar incólumes ao aumento da volatilidade nos mercados accionistas. Em Portugal, a
Brisa é uma delas. A 3 meses e a 1ano, a concessionária nacional de auto-estradas regista a menor taxa de volatilidade do índice nacional, o PSI 20. Porquê? É simples. Além de pagar uma generosa taxa de dividendo, o negócio da Brisa produz elevados fluxos de caixa e pouco ou nada tem a haver com o crise no
subprime.
Todavia, é no sector do consumo que se encontram as acções mais
zen do momento. Veja-se os títulos da tabaqueira
Altria, que pouco mexeram desde o início do ano. Alguns dos clientes da empresas até poderão deixar de fumar por motivos de saúde, mas não devido à crise financeira que está a abalar o mundo. Pelo contrário, os nervos até fomentam o tabagismo.
Se a Altria lhe levanta problemas de ética, a alternativa pode chamar-se
Johnson & Johnson, na qual
Warren Buffett investiu recentemente 6 milhões de euros, ou a
Kellogg Company. Por dura e longa que seja a crise, dificilmente as pessoas deixarão de cuidar da higiene pessoal ou de tomar o pequeno-almoço.
Joaquim MadrinhaResistentesAs acções de empresas com negócios não relacionados com a actividade financeira são mais resistentes à crise do subprime
Empresa |
Rendibilidade 12 meses |
P/L |
Taxa de dividendo |
Bolsa |
Brisa |
-3,05% |
20,51 |
3,01% |
Lisboa |
Altria |
-11,99% |
4,88 |
13,72% |
Nova Iorque |
Johnson & Johnson |
-5,48% |
15,98 |
2,50% |
Nova Iorque |
Kellogg Company |
-11,07% |
19,99 |
2,31% |
Nova Iorque |
Fonte: Bloomberg. Valores em euros. P/L = preço/lucros de 12 meses por acção. 8 de Abril de 2008