Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

Embora a Reserva Federal tenha cortado mais uma vez os juros, avolumam-se os estudos que apontam para uma forte descida no crescimento americano e são muitas as vozes que começam a falar de recessão nos EUA. É possível que as suas acções sejam afectadas por um mau ano da economia norte-americana? Gustavo Trillo Guarrigues,director da JPMorgan Asset Managment acredita que “os preços já descontam grande parte deste cenário negativo” e, portanto, compensa assumir os riscos. Antes de avançar, receba algumas dicas:
1. Não se vá deitar a pensar que tem as melhores acções do mundo e acorde no outro dia a pensar que é o pior investidor só porque o mercado abriu em queda. Não venda ao sabor do que os outros pensam das suas acções, mas
siga um objectivo de longo prazo. Altos e baixos existem sempre.
2. Compre acções de
empresas de grande dimensão. Historicamente enfrentam melhor os maus momentos da economia.
3. As empresas ligadas a
mercadorias deverão ter um bom ano, segundo os analistas (veja
"Enxada Para Cultivar os Ganhos") pela maior procura de países como a China e a Índia e pela pressão dos biocombustívies.
4. Há áreas que nunca perdem, como acreditam os especialistas do BNP Paribas. Os sectores dos
cuidados médicos e da
saúde não são negligenciáveis em tempos de recessão, por isso as farmacêuticas e as fornecedoras de hospitais deverão manter os ganhos.
5. Evite alguns sectores que poderão sentir a quebra do crescimento nos EUA. Os grandes retalhistas, a indústria da construção e as companhias aéreas sofrem normalmente com a diminuição de poder de compra dos consumidores.
Nuno Alexandre Silva

A imprensa
noticiou que a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor aconselha a vender os certificados de aforro com menos de 3 anos, trocando-os pela nova série C ou procurando alternativas junto da banca. Espere!
Assumindo as taxas-base a aplicar em Fevereiro para a nova série C (3,488 por cento) e para a série B (
2,603 por cento, mais uma informação em primeira mão da Carteira), só deve ponderar trocar os certificados se tiver realizado a subscrição
há menos de 1 ano. Por exemplo, um aforrador que tenha subscrito certificados em Novembro de 2006 que em Fevereiro valham 1000 euros tem 2 opções: mantém-nos e espera acumular
1417,20 euros nos próximos 10 anos (o equivalente a ganhar 3,55 por cento por ano) ou resgata-os e subscreve 1000 euros dos novos, esperando capitalizar
1415,51 euros (3,54 por cento por ano).
Não há dúvidas que não deve trocar certificados subscritos antes de Fevereiro de 2007.Mesmo os certificados de aforro comprados
depois de Fevereiro de 2007 podem ser mantidos na carteira se planear guardá-los durante mais de uma década a capitalizar a uma taxa muito elevada (soma da taxa-base mais 2 por cento, o que dá em Fevereiro 4,603 por cento), já que a nova série C tem a duração máxima de 10 anos.
David Almas
Quarta-feira, 30 de Janeiro de 2008

Há apenas 2 dias, a NYSE Euronext procedeu à implementação de 3 casas decimais em 11 acções cotadas: Altri, Banco BPI, BES, Cimpor, EDP, Jerónimo Martins, BCP, PT, REN, Sonaecom e Sonae SGPS. Agora, estas acções variam em múltiplos de meio cêntimo. Os gestores da bolsa explicam que "esta medida poderá fomentar a liquidez do mercado e melhorar a qualidade dos seus preços".
Além de Lisboa, este processo estende-se aos restantes mercados europeus da plataforma transantlântica. A congénere belga da praça alfacinha estreou a decimilização no mesmo dia que a capital portuguesa, enquanto as novas regras só entram em cena nos mercados de Paris e Amesterdão a 7 de Abril. A NYSE Euronext garante que "o processo da decimilização já vem planeado de trás", ainda antes da fusão da bolsa nova-iorquina e da pan-europeia. "Além disso, os sistemas de negociação na Europa e nos EUA são diferentes e ambos os mercados operam separadamente a este nível. Claro que existem sinergias, mas noutros capítulos", concluem os gestores da bolsa.
Diogo Nunes

Mesmo quando o mercado pressiona a cotação das suas acções para baixo, é possível que, no fim das contas, consiga contabilizar algum ganho. Para isso, deve investir em empresas de olho nos dividendos. A distribuição dos lucros das empresa pelos accionistas tem a vantagem de atenuar as perdas em momentos menos bons do mercado e de gerar boas mais-valias no longo prazo. "De 1871 até 2003,
97 por cento da acumulação total do investimento feito em acções, depois de lhe descontar a inflação, veio da capitalização dos dividendos", revela Jeremy Siegel, professor de Finanças da Universidade da Pensilvânia e autor do livro "The Future For Investors". Por isso, face às condições de perdas de dois dígitos registadas desde o início do ano pelos principais índices europeus, a Carteira foi à procura de empresas que não só pagaram bons dividendos em 2007, como apresentam boas perspectivas para que venham a manter uma política de distribuição de lucros vantajosa para os accionistas em 2008.
Entre as mais benevolentes para este ano encontra-se uma empresa nacional, a
Portugal Telecom. Com uma taxa de dividendo de 5,56 por cento em 2007, que resultou de um dividendo bruto de 0,478 euros por acção, os especialistas estimam que essa taxa se mantenha em 2008.
Luís LeitãoGenerosasApesar das perdas provocadas pela crise dos EUA, os bolsos dos accionistas de bancos e de seguradoras deverão ser os mais recheados em 2008

No artigo
"Enxada Para Cultivar os Ganhos" sugerimos o
Parworld Agriculture e o
PowerShares DB Agriculture para quem quiser aproveitar a alta das mercadorias agrícolas. Porém, o
ActivoBank7 vem agora dar um passo em frente:
32 fundos cotados que investem em mercadorias. "Os
exchange-traded funds (ETF) sobre
commodities tendem normalmente a replicar a evolução de um índice sobre
commodities baseado em contratos de futuros, no entanto poderão também deter directamente os contratos de futuros (os mais líquidos, que são normalmente aqueles que têm a maturidade mais próxima) ou ainda deter a
commodity física (possível apenas para
commodities não perecíveis como os metais preciosos)", explica Rui Olo, gestor de produto do ActivoBank7. Por isso, na prática, ao comprar um destes fundos está a apostar na valorização da mercadoria (platina, petróleo, gasolina, algodão, etc.), menos a comissão de gestão da
ETF Securities, a sociedade gestora, e as comissões de bolsa do ActivoBank7. A comissão anual de gestão máxima destes fundos é de 0,49 por cento, liquidados ao longo do ano.
Embora o ActivoBank7 seja o único a oferecer neste momento o acesso
online a estes fundos cotados, todos os intermediários financeiros podem ajudá-lo a comprar estes produtos, nem que para isso tenha de usar o telefone para dar uma ordem.
David Almas
Directo à Seara
São os fundos cotados que investem em bens agrícolas. Estão todos cotados em Frankfurt e a comissão anual de gestão é de 0,49 por cento
Fundo | Em que investe |
ETFS Agriculture DJ-AIGCI | 25% soja, 19% milho, 16% trigo, 11% algodão, 10% açúcar, 10% café, 9% óleo de soja |
ETFS Coffee | 100% café |
ETFS Corn | 100% milho |
ETFS Cotton | 100% algodão |
ETFS Grains DJ-AIGCI | 41% soja, 32% milho, 27% trigo |
ETFS Softs DJ-AIGCI | 34% algodão, 33% açúcar, 33% café |
ETFS Soybean Oil | 100% óleo de soja |
ETFS Soybeans | 100% soja |
ETFS Sugar | 100% açúcar |
ETFS Wheat | 100% trigo |
Saiu hoje a edição de Fevereiro da revista Carteira carregada de ideias para ganhar dinheiro. Eis alguns dos artigos mais interessantes.
- 32 Gestores Para o Seu Dinheiro O universo de fundos continua a expandir: na última contagem havia 1818 produtos disponíveis aos investidores. Para lhe poupar trabalho, seleccionámos os 32 melhores. Agora só tem de escolher em que parte do universo quer investir.
- Vencer a Idade Pela Carteira Em 2045, pela primeira vez, haverá mais idosos no planeta que jovens com menos de 15 anos. Para a Segurança Social esta notícia soa como um grande desafio mas para os cofres dos investidores, o envelhecimento da população revela-se numa oportunidade.
- Familiar ao Preço de Comercial Transformar um automóvel comercial num veículo de 5 lugares pode tornar-se num negócio poupadinho.
- Adeus Spread Zero Os bancos não só acabaram com os spreads nulos como estão a encarecer os empréstimos à habitação. Mas ainda há crédito barato.
- Escolhidas a Dedo Há ferramentas na internet que poupam muito tempo na busca das próximas acções.
- Siga o Presidente As compras de acções pelos administradores podem ser um bom indicador para as suas aquisições.
Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008

Apesar da crise no sector financeiro, alguns bancos continuam a acenar a novos clientes com depósitos a prazo remunerados com
taxas capazes de fazer salivar os investidores. O problema são os prazos: são curtos. No entanto, faça-lhes a vontade, mas adopte uma
estratégia saltitona e ganhe 4,52 por cento num ano, já líquidos de impostos. Sem risco e sem truques.
Comece pelo
ActivoBank7. O banco "online" do Millennium bcp está a oferecer um depósito a 30 dias com uma taxa anual nominal bruta de 7 por cento a quem abrir uma conta com 1000 euros ou aos clientes que aumentarem o seu património no banco após o dia 25 de Janeiro. De uma forma simples, por cada 1000 euros aplicados terá mais 4,67 euros ao fim de 30 dias.
Em seguida salte para o
Banco Big. Aqui tem duas hipóteses: 8 por cento a 30 dias ou 6 por cento a 90 dias. Opte pela segunda opção, acumule mais 11,89 euros e siga para o
Santander Totta. Aqui peça o acesso ao Netbanco, o serviço "homebanking" do banco liderado por Nuno Amado, e, porque o dinheiro não nasce nas árvores (como diz o banco), encaixe mais 21,06 euros no depósito a 180 dias com o mesmo nome do serviço.

Por fim, dê o último salto até a uma agência do
Banco Popular e aplique os 1037,6 euros que acumulou nos 10 meses anteriores no Depósito 5,5 por cento durante 2 meses e
voilà:
acabou de ganhar 4,52 por cento líquidos. Qual certificados de aforro qual quê? Naturalmente, é preciso que os bancos mantenham as ofertas em vigor, mas, se não existirem, haverá outras oportunidades.
Joaquim Madrinha

É o regresso às origens! Em plena era digital, quem diria que os bens agrícolas são a grande aposta dos especialistas no mercado das matérias-primas em 2008? Contactados pela Carteira, um conjunto de entendidos confirma a tendência. Teresa Gil Pinheiro, analista do BPI, revela: "Possivelmente,
as mercadorias que continuarão a registar maiores taxas de valorização serão os bens agrícolas, beneficiando da sua utilização para produção de biocombustíveis." Também João Cantiga Esteves, sócio-gerente da
Ephi – Ciência Financeira, aposta nesta área específica do mundo das mercadorias. E vai mais longe: "Em 2008,
o trigo aparece na linha da frente, dada a enorme procura deste cereal por parte da China, cada vez mais usado em alternativa a cereais mais tradicionais chineses e pelo enorme potencial na utilização do trigo na produção dos biocombustíveis."
A forma mais fácil de um investidor português aproveitar a boleia do último grito da moda,
sem ter de sujar as mãos na terra, é adquirir fundos de investimento ou fundos cotados especializados em produtos agrícolas. No primeiro lote, o foco dirige-se para o
Parworld Agriculture, gerido pelo BNP Paribas Investment Partners e disponível no Banco Best. Para a categoria de fundos cotados, fica também uma sugestão: o
PowerShares DB Agriculture, que rendeu mais de 12 por cento em 2007 aos investidores que têm as carteiras denominadas em euros, mesmo com o movimento desfavorável do dólar. A comissão anual também é atractiva, já que são uns meros 0,75 por cento. Haja “adubo”!
Diogo Nunes

Seguir as pegadas do senhor Continente não é tão complicado como parece. As premissas do engenheiro do norte para elevar o grupo Sonae a uma das maiores empresas nacionais são simples: trabalho e muita dedicação. Contudo, para todos aqueles que não se vêm a comandar os destinos de uma empresa, como Belmiro de Azevedo fez durante 33 anos à frente da
Sonae SGPS, e preferem aplicar o seu dinheiro na bolsa, o homem mais rico de Portugal, segundo a revista
Forbes, deixa 2 recomendações: "Investir na bolsa só no longo prazo e só com dinheiro próprio", revelou o presidente da
Sonae Capital, durante a sessão pública de admissão das acções da empresa, ontem na Euronext de Lisboa. Que o confirmem os accionistas da Sonae, que nos últimos 5 anos acumularam
uma rendibilidade de 441,77 por cento. Falta saber se a Sonae Capital terá o mesmo sucesso que a casa-mãe ou irá comportar-se como as suas 2 "irmãs", a
Sonaecom e a
Sonae Indústria, que, desde os últimos dias de 2005, tombaram 40,58 e 29,34 por cento, respectivamente. Por isso, para contornar os caminhos sinuosos do mercado de capitais, Belmiro de Azevedo não deixa de recomendar aos investidores a diversificarem os seus investimentos: "Para quem quer começar a investir em bolsa, a alocação de 10 por cento do seu portefólio em acções poderá ser uma estratégia sensata".
Luís Leitão
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008

Afinal não é só a Carteira a entender que as acções estão baratas. A correcção abrupta nos preços das acções das empresas nacionais está a gerar uma oportunidade de compra que os pequenos investidores não podem desperdiçar. Quem o diz são as próprias empresas através das
compras de acções próprias realizadas durante o mês de Janeiro.
Se é verdade que uma recessão da economia norte-americana pode arrastar a actividade económica mundial para o marasmo, também é verdade que nem todas as empresas serão afectadas. A Mota-Engil é um dos casos. Entre 28 de Dezembro de 2007 e 21 de Janeiro de 2008, a empresa de construção adquiriu mais 395 mil acções próprias a um preço médio ponderado de 4,49 euros,
“porque não espera ter uma quebra nos resultados de 2008 devido à deterioração da conjuntura económica internacional”, adiantou João Vermelho, o responsável da empresa pelas relações com o mercado de capitais. Segundo ele, ”a compra de acções próprias deveu-se à assunção por parte do Conselho de Administração de que as acções estavam a ser transaccionadas
a um valor considerado muito atractivo. Deve ser considerado como um investimento financeiro oportunístico”.
Além da Mota-Engil, a Novabase, a Cimpor, Portucel e a Portugal Telecom também compraram acções próprias durante o primeiro mês do ano (embora a PT tenha adquirido sob a forma de opções).
Joaquim Madrinha
Elas lá sabem!Enquanto os investidores fogem da bolsa, as cotadas aproveitam os preços baixos das próprias acções para reforçar posições
Empresa | Acções adquiridas | Preço médio | % do capital social |
Cimpor | 1 256 300 | 5,24€ | 0,186% |
Mota-Engil | 395 023 | 4,49€ | 0,193% |
Novabase | 115 898 | 2,25€
| 0,369% |
Portucel | 1 500 000 | 1,81€ | 0,195% |
Portugal Telecom | 21 000 791 | (*) | 2,05% |
Fonte: CMVM. Compras realizadas entre 28 de Dezembro de 2007 e 24 de Janeiro. (*) Comprou um “equity swap” que representa o direito de adquirir os títulos