Neste ano não houve o famoso rali Lisboa-Dakar. Tal como não houve ainda um rali "a sério" na cotação das acções. Pelo contrário, o ano começou tal como tinha terminado 2007: em queda livre. Logo, a sensação que muitos investidores têm é que estão a atravessar um verdadeiro
deserto de ganhos...
No meio da crise generalizada que se abateu sobre a esmagadora maioria dos mercados accionistas mundiais,
há pequenos oásis que conseguem estar a dar retornos a quem neles apostou. Verdade seja dita que não há, nesta altura, nenhuma praça accionista mundial que se possa orgulhar de estar a crescer a 2 dígitos. Nem de perto, nem de longe. Apenas 10 bolsas não estão a cair em 2008, o que, face à situação que se vive actualmente um pouco por todo o lado, já não é mau de todo. Entre os míseros 0,10 por cento dos ganhos acumulados pela praça de Omã desde o início do ano e os 5,15 por cento do Kuwait, temos o
top ten das (únicas) subidas a nível global.
E há alguns pontos interessantes que merecem uma chamada de atenção. Entre os 10 mercados que aceleram no verde,
5 deles usam turbante, nomeadamente Omã, Bahrain, Abu Dhabi, Jordânia e Kuwait. Até apetece chamar-lhes os "emirados árabes unidos contra a crise". Depois, temos
3 lanças africanas (Tunísia, Mauritânia e Gana). Finalmente, e para diversificar um bocado as coisas, 2 emergentes de 2 continentes:
Equador e Eslováquia.
Como mandam as regras democráticas, vence a maioria. Assim, a Carteira foi à procura dos fundos comercializados em Portugal que permitem a exposição a esta zona específica do mundo. E as opções são escassas... Na realidade, o
JPMorgan Middle East Equity D é o único veículo de investimento disponível aos investidores lusos totalmente concentrado no Médio Oriente, com especial cobertura dos países do Golfo Pérsico. Além disso, ainda tem a particularidade de incluir a possibilidade de investimento em 2 países magrebinos: Marrocos e, nem mais nem menos, do que precisamente a
Tunísia, a quarta bolsa que mais sobe em 2008.
Além desta opção, existem mais 2 fundos que também contemplam a região dos petrodólares: o
Morgan Stanley Emerging Europe, Middle East and North Africa Equity B e o
JPMorgan Emerging Europe, Middle East and Africa Equity D. Diga-se, por curiosidade, que estes produtos permitem, de uma só cajadada, matar 3 dos 4 coelhos mais desejados (leia-se, zonas geográficas com bolsas em terreno positivo). Só fica de fora o Equador.
Assim, depois de terem acumulado ganhos astronómicos nos últimos 5 anos – veja o caso do Kuwait, cujo principal
índice bolsista galgou 421 por cento nesse período –, os países da região continuam a beneficiar dos elevados preços do ouro negro para encherem o bolso. E quem neles investe não se queixa, de certeza! Será um poço sem fundo?
Diogo NunesMaiores Subidas em 2008Os ganhos são escassos em todo o mundo. As variações estão ajustadas para euros
Bolsa | Variação |
Kuwait | 5,15% |
Mauritânia | 4,50% |
Equador | 3,57% |
Tunísia | 2,59% |
Jordânia | 1,60% |
Eslováquia | 1,08% |
Gana | 1,05% |
Bahrain | 0,87% |
Abu Dhabi | 0,14% |
Omã | 0,10% |