Quinta-feira, 6 de Março de 2008
Um euro forte face ao dólar é mais vantajoso para as empresas dos Estados Unidos da América do que para as da Zona Euro. A conclusão é de um estudo realizado pelo JPMorgan, no qual o estratego do banco norte-americano para o mercado accionista europeu, Mislav Matejka, diz que,
por cada 1 por cento de valorização do euro face ao dólar, os lucros das empresas norte-americanas batem os das congéneres europeias em 0,25 por cento.
A notícia não é animadora para as empresas europeias, dado que, só no último ano, o euro valorizou 16,30 por cento face ao dólar. “Um euro forte face ao dólar e à libra esterlina sugere que o mercado accionista norte-americano deverá continuar a ter melhor desempenho que o mercado europeu e que, dentro deste, o britânico deverá superar os mercados da Zona Euro”. Neste sentido, o JPMorgan aconselha os investidores
a fugir de empresas de países da Zona Euro com elevada exposição ao dólar para sociedades britânicas expostas à Zona Euro.
O banco estima que a moeda europeia continue a valorizar no curto prazo, mas acredita que “as acções europeias conseguirão ultrapassar o turbilhão cambial enquanto o ambiente externo for favorável”. O euro bateu hoje um novo máximo histórico ao valer 1,5347 dólares.
Joaquim MadrinhaFuja da Zona EuroPara o JPMorgan, as empresas francesas vão sofrer com o euro forte enquanto as britânicas vão lucrar
Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2008
Numa altura de grande turbulência nos mercados financeiros, a diversificação do seu portefólio ganha uma importância renovada. Assim, para além das acções, das obrigações, dos depósitos a prazo, das mercadorias, dos fundos de investimento, dos ETF (sugestões não faltam neste espaço informativo), poderá estar na altura de olhar com mais atenção para o mercado cambial.
Jorge Ferraz, presidente da
IMF – Informação de Mercados Financeiros, sublinha que “a maior vantagem do mercado cambial é ser um mercado perfeito, isto é, está aberto a todos e a informação é em simultâneo para todos”. De facto, é um mercado que permite trabalhar com enorme poder de alavancagem e uma panóplia de instrumentos e activos sem paralelo em outros mercados. O mercado cambial ou
forex é o maior mercado financeiro do mundo com um volume de negócios médio diário que ultrapassa
2 biliões de euros (2 000 000 000 000€).
O famoso
forex é precisamente o local onde as moedas são trocadas e negociadas. “Os investidores de todo o mundo compram ou vendem uma moeda por outra na esperança de obterem lucro quando o valor das moedas mudar em resposta às notícias e eventos do mercado ou como resultado da especulação de mercado”, frisa Ferraz.
Fique de olhos em bicoDentro do vastíssimo universo cambial, qual é a divisa preferida da IMF para 2008? “A nossa melhor aposta
é de comprar ienes contra dólares, euros e dólares australianos”, revela Jorge Ferraz. Fica a dica, a moeda dos samurais é aquela que promete dar os melhores retornos a quem acreditar na força do país do Sol Nascente.
Resta acrescentar que qualquer investidor pode aceder a este investimento, seja em Portugal seja em qualquer outro país com divisa convertível. Trata-se de um mercado de balcão, o que significa que não existe localização física nem horas determinadas para efectuar os câmbios em que as ordens são dadas. Funciona 24 horas por dia através de uma rede electrónica de bancos, empresas e particulares que negoceiam uma moeda por outra. Vai apanhar o Expresso do Oriente?
Diogo Nunes
Sexta-feira, 1 de Fevereiro de 2008
Quem tem um salário mensal de 1000 euros pode andar aborrecido com o patrão por não ter aumentos nos últimos 2 anos, mas
Ben Bernanke , presidente da Reserva Federal, a autoridade monetária dos EUA, tem sido sensível aos muitos queixumes oferecendo a possibilidade de enriquecer do outro lado do Atlântico mantendo a mesma posição financeira na Europa. Se não veja-se: em Fevereiro de 2006 um trabalhador que ganhasse 1000 euros em Portugal conseguia trocá-los por 1208 dólares. Agora, com a lâmina da recessão cada vez mais afiada, continua a ganhar os mesmos 1000 euros na Europa, mas
foi aumentado nos EUA em quase 282 dólares, passando a ter disponíveis 1490 dólares mensais.

Tudo isto com um simples instrumento, a taxa de juro (que o "patrão" preferido dos portugueses tem vindo a cortar abruptamente), e com a ajuda dos investidores que alteram a taxa de câmbio para ajustar à política monetária. Se ainda não tem o novo Apple MacBook Air e precisa de uma câmara de filmar pode escolher entre ir aos EUA buscá-los ou comprá-los em Portugal. Gastará praticamente o mesmo. Em Portugal, paga
1699 euros pelo computador e
1149 euros por uma Canon HG10, o que totaliza
2848 euros. Se for a Nova Iorque entre 5 e 10 de Março, paga
576,58 por um voo da Tap. Depois gasta
1799 dólares pelo novo MacBook e
999,84 dólares pela Canon. Ao câmbio de hoje, as compras dos EUA representam 1878,42 euros, ao que se acresce IVA na alfândega. Feitas as contas, se optar por ir aos EUA
gasta mais 1,47 euros, mas teve uma viagem à borla.
Nuno Alexandre Silva