Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

Para muitos a crise do crédito hipotecário de alto-risco norte-americano já lá vai mas para outros, o
subprime ainda agora começou a espotelar. É o caso do presidente da
Tool Brothers, a maior construtora norte-americana de casas de luxo, que recentemente declarou à CNN que “
o mercado imobiliário vive uma depressão e uma recuperação só deverá acontecer nos próximos 2 ou 3 anos”. Robert Toll foi ainda mais longe e confidenciou que é possível que o preço dos imóveis venham ainda a registar quedas acentuadas de 10 a 20 por cento até que o mercado recupere.
Em momentos de crise, a solução pode nascer da criatividade. É o que se tem passado recentemente em Espanha com alguns proprietários a não só colocarem a sua casa à venda com um grande desconto como ainda oferecem um carro ou, até, em vez de colocarem um painel a dizer "para la venta", preferem leiloar o imóvel pela internet, como foi o caso de
Miguel Marina, que está a leiloar a sua casa em rifas de 5 euros de forma a conseguir amealhar 320 mil euros.
Mas se as coisas estão a ficar pretas do outro lado da fronteira, então do outro lado do Atlântico as dificuldades aumentam a cada dia que passa, sobretudo na região da Califórnia do Sul, uma das zonas mais afectadas pelo
subprime. Um mediador de San Diego está a oferecer uma casa na compra de outra, à semelhança do que acontece nos hipermercados: "pague 1, leve 2". É o exemplo de uma campanha colocada em prática pela
Michael Crews Development que, por exemplo, compromete-se a oferecer uma casa de 2 mil metros quadrados, avaliada em 257 mil euros, na compra de uma outra por 1 milhão de euros.
Se até à pouco tempo eram as banheiras de hidromassagens e os aquecimentos centrais que despertavam a atenção dos compradores, hoje é a vez do marketing fazer as delícias dos investidores que estão à procura de pechinchas!
Luís Leitão
Sábado, 29 de Março de 2008

A propagação mundial aos mercados de capitais desta espécie de vírus chamado
subprime está a levar os fundos de acções ao tapete.
Entre as várias centenas de fundos de investimento em acções à venda em Portugal, não há um único com desempenho positivo no último ano. No entanto, dada a periclitante conjuntura económica, este comportamento até deve ser considerado normal. Afinal, trata-se de fundos com risco elevado, expostos à volatilidade dos mercados accionistas onde investem. O que não é normal é um fundo como o Millennium Obrigações Mundiais perder quase
7 por cento no último ano, quando trata-se de um fundo pertencente à classe de fundos de obrigações de taxa indexada, conhecida pelo baixo risco e pelos seus retornos próximos das taxas de juro de curto prazo. Isto sim, é uma razão forte para pôr um investidor conservador fulo.
O caso do fundo da gestora do banco Millennium bcp é o mais grave, mas não é o único. Como o vírus
subprime deriva de um problema no mercado de crédito, todos os fundos da classe de taxa indexada euro foram mais ou menos infectados.
Dos 24 fundos nacionais existentes, somente metade está em terreno positivo e nenhum regista uma taxa de rendibilidade próxima da taxa de inflação, o que coloca um sério desafio aos investidores mais avessos ao risco. Se procura um fundo de investimento pouco arriscado e resistente ao vírus
subprime, os 3 fundos patentes na tabela seguinte podem ser a profilaxia ideal para os seus investimentos.
Joaquim Madrinha
Vacinados
O desempenho destes fundos são um bons exemplos de resistência à virose "subprime" que está a afectar o mercado obrigacionista
Fundo | Comentário | Onde comprar |
DB Platinum IV Sovereign Plus R1c | Investe maioritariamente em obrigações de dívida pública. Porém, os 12 por cento de rendibilidade em 2007 deve-se, em parte, à exposição em matérias-primas, que pode pesar até 30 por cento na carteira
| ActivoBank7, Banco Best |
BPI Euro Taxa Fixa | É praticamente imune a qualquer praga que afecte os mercados. No último ano, rendeu 4,78 por cento e desde que foi comercializado, em Abril de 1993, regista ganhos anuais de 5,89 por cento | ActivoBank7, Banco Best, Banco BPI, BPI, Banco Big |
Pimco Global Real Return HE
| Aposta em obrigações de taxa indexada à inflação, uma classe de títulos de dívida que tem sido estimulada pela subida da inflação, valendo-lhe uma rendibilidade de 6,64 por cento nos últimos 12 meses | ActivoBank7, Banco Best |
Segunda-feira, 24 de Março de 2008
Abrandamento económico, inflação e volatilidade são 3 actuais perigos para os investidores. No entanto, como diz a cultura chinesa, onde há perigo há também oportunidade. Eis algumas oportunidades de investimento em tempos de crise económica.
Com ou sem recessão nos EUA,
o abrandamento da economia mundial é uma certeza. Depois de ter expandido no último trimestre de 2007 a um ritmo de 0,4 por cento e com os números de casas novas e usadas vendidas a decrescerem, são vários os perigos a rondar a maior economia do mundo. Em
declarações à agência Bloomberg,
Martin Feldstein, membro do comité do
National Bureau of Economic Research, uma organização dedicada à investigação económica, disse que “a recessão a caminho pode ser uma das mais violentas desde a Segunda Guerra Mundial”. Antes que venha a acontecer talvez seja melhor comprar o fundo
Merrill Lynch World Gold Fund. Ao investir em acções de empresas auríferas, este fundo é a oportunidade que deriva da hipótese chamada “recessão mundial”, uma vez que o ouro é um investimento-refúgio em tempos de crise económica.
A inflação é outro perigo. Nos EUA, a preocupação com o crescimento económico levou o presidente da Reserva Federal, Ben Bernanke, a cortar o preço do dinheiro em 3 pontos percentuais desde Setembro, mas o resultado visível chama-se inflação que, em Fevereiro, ascendeu a 4,3 por cento. Na Zona Euro, a acção do Banco Central Europeu é diferente, mas o resultado é semelhante. Apesar de Jean-Claude Trichet manter-se irredutível na descida da taxa de juro, a apreciação dos bens energéticos e alimentares levou a inflação da Zona Euro aos 3,3 por cento, mais 1,3 por cento que o definido pela política do BCE. Ora, com ambas autoridades mais concentradas em manter as economias acima da linha de água do que em conter a inflação, a solução é colar-se à desvalorização do dinheiro através de um fundo de obrigações indexadas à inflação. O
Parvest Global Inflation-Linked Bond é uma boa opção. Além de estar entre os mais rentáveis da classe possui um risco médio baixo.
Perante tais cenários, há apenas uma certeza: a incerteza vai permanecer. Mas isto não quer dizer “aguente-se”. Em vez de ficar parado a ver o valor da sua carteira de investimentos descer e subir ao sabor dos índices accionistas transforme a volatilidade dos mercados em lucros através do fundo
CAAM Volatility Euro Equity. Este fundo investe na volatilidade dos mercados accionistas da Zona Euro e o resultado está à vista: nos últimos 12 meses, o fundo acumula um ganho de 12 por cento, líquido de impostos, incorrendo num risco médio.
Joaquim Madrinha3 fundos para virar a crise a seu favorOuro, inflação e volatilidade estão entre os “activos” que mais valorizaram desde que estalou a crise, no Verão de 2007
Fundo |
Rendibilidade 12 meses |
Comentário |
Merril Lynch World Gold Onde comprar: Banco Best, BPI, Deutsche Bank, Millennium bcp |
23,60% |
Investe em empresas auríferas, o sector-refúgio em tempos de crise |
Parvest Global Inflation-Linked Bond L Onde comprar: Banco Best |
6,56% |
Se não consegue evitá-la, invista na inflação |
CAAM Volatility Euro Equity Onde comprar: ActivoBank7, Banco Best |
12,00% |
Em vez de ficar a roer a unhas, faça da volatilidade uma fonte de lucro |
Fonte: Bloomberg. Rendibilidades em euros líquidas de impostos. 19 de Março de 2008
Segunda-feira, 3 de Março de 2008

O abrandamento económico e a inflação crescente podem
transformar o ouro no investimento mais brilhante de 2008. Com Ben Bernanke a sinalizar que tudo fará para estimular o crescimento económico da maior economia mundial, os investidores têm receio que o presidente da Reserva Federal norte-americana descure a inflação e estão refugiar-se no valor do metal precioso que
tende a valorizar em épocas de incerteza económica.
"Os investidores estão a usar o metal precioso para se protegerem da inflação e da queda-recorde do preço do dólar. Metais como o ouro e a platina poderão ganhar 30 por cento neste ano se Ben Bernanke continuar a diminuir a taxa de juro em vez de controlar o nível de preços", disse Ron Goodis, à agência Bloomberg. Para este corretor de mercadorias da sociedade
Equidex Brokerage Group, em Nova Jersey, "o ouro pode atingir neste ano os 1300 dólares por onça", cerca de 32 por cento acima do preço actual, 984 dólares por onça.
Como é cotado em dólares, o preço do ouro sobe sempre que o valor da moeda norte-americana desce. Dado que os cortes efectuados na taxa de juro norte-americana podem não ter sido suficientes a voltar a pôr a economia norte-americana no eixo do crescimento, os economistas estimam que o presidente da Fed desça novamente o preço do dinheiro nos EUA em Março, o que deverá impulsionar o preço do metal amarelo para novos máximos.
Para os investidores europeus, apesar de ter risco cambial, o ouro é uma boa aposta como diversificador de uma carteira, protector contra a inflação e ideal para fazer de refúgio em épocas de clima económico nebuloso. Desde 18 de Setembro de 2007, dia em que a Fed efectuou o primeiro de 5 cortes das taxas de juro, o índice accionista norte-americano Standard & Poor's 500 perdeu 19,95 por cento, enquanto
o ouro "brilhou" 24,33 por cento. Isto, já tendo em conta a desvalorização do dólar face ao euro.
Joaquim MadrinhaAbrilhantadoresCom os retornos das acções e das obrigações ofuscados pela conjuntura económica, o ouro é o investimento mais brilhante do momento.
Fundo | Rendibilidade 12 meses | Onde comprar |
Merrill Lynch World Gold | 31,36% | ActivoBank7, Banco Best, Deutsche Bank, Millennium bcp |
iShares Comex Gold Trust* | 23,60% | Bolsa de Nova Iorque |
streetTracks Gold Trust*
| 23,50% | Bolsa de Nova Iorque |
DWS Invest Gold & Precious Metals | 21,20% | ActivoBank7, Banco Best |
Fonte: Bloomberg. Valores em euros líquidos de impostos. *Fundos cotados (
exchange-traded funds). 29 de Fevereiro 2008
Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2008

Embora a Reserva Federal tenha cortado mais uma vez os juros, avolumam-se os estudos que apontam para uma forte descida no crescimento americano e são muitas as vozes que começam a falar de recessão nos EUA. É possível que as suas acções sejam afectadas por um mau ano da economia norte-americana? Gustavo Trillo Guarrigues,director da JPMorgan Asset Managment acredita que “os preços já descontam grande parte deste cenário negativo” e, portanto, compensa assumir os riscos. Antes de avançar, receba algumas dicas:
1. Não se vá deitar a pensar que tem as melhores acções do mundo e acorde no outro dia a pensar que é o pior investidor só porque o mercado abriu em queda. Não venda ao sabor do que os outros pensam das suas acções, mas
siga um objectivo de longo prazo. Altos e baixos existem sempre.
2. Compre acções de
empresas de grande dimensão. Historicamente enfrentam melhor os maus momentos da economia.
3. As empresas ligadas a
mercadorias deverão ter um bom ano, segundo os analistas (veja
"Enxada Para Cultivar os Ganhos") pela maior procura de países como a China e a Índia e pela pressão dos biocombustívies.
4. Há áreas que nunca perdem, como acreditam os especialistas do BNP Paribas. Os sectores dos
cuidados médicos e da
saúde não são negligenciáveis em tempos de recessão, por isso as farmacêuticas e as fornecedoras de hospitais deverão manter os ganhos.
5. Evite alguns sectores que poderão sentir a quebra do crescimento nos EUA. Os grandes retalhistas, a indústria da construção e as companhias aéreas sofrem normalmente com a diminuição de poder de compra dos consumidores.
Nuno Alexandre Silva