Terça-feira, 6 de Maio de 2008

EDP na mira de aquisição

Papa-EPDA EDP – Energias de Portugal é um dos 15 principais candidatos europeus a serem alvo de uma oferta pública de aquisição, segundo as estimativas dos analistas do Exane BNP Paribas. No estudo enviado para clientes no dia 2 de Maio, os especialistas não referem quem tem cerca de 18 mil milhões de euros para retirar a maior cotada portuguesa da bolsa. Contudo, o Exane estima que uma OPA poderia ser lançada a um preço de 5 euros por acção, mais 22 por cento do que a cotação registada às 13 horas de hoje.
Além da EDP, os analistas do banco de investimento francês Exane nomeiam outros 14 candidatos a serem alvo de OPA. Em média, o potencial de valorização face ao preço-alvo indicado é de cerca de 22 por cento.
Depois de ter apresentado os resultados do primeiro trimestre de 2008 da unidade de energia renováveis, a EDP irá apresentar os resultados do grupo no próximo dia 8 depois do fecho do mercado lisboeta. Entre os maiores accionistas da EDP encontra-se a Parpública, a espanhola Iberdrola, a CajAstur, a Caixa Geral de Depósitos, o grupo José de Mello, o Banco Comercial Português, a gestora de fundos suíça Pictet, o Banco Espírito Santo, a argelina Sonantrach e a International Petroleum Investment Company, a sociedade de investimento de Abu Dhabi. David Almas

Candidatos a alvo de OPA
A lista publicada pelo Exane BNP Paribas
Empresa Preço-alvo Potencial de valorização Bolsa
Aegis 145p 12% Londres
Anglo American 3800p 11% Londres
Austrian Airlines 4€ 6% Austria
EDP 5€ 22% Lisboa
Euler Hermes 90€ 18% Paris
Iliad 80€ 17% Paris
Ipsos 27€ 20% Paris
KPN 15€ 28% Amesterdão
Legrand 20€ 5% Paris
Lonmin 3000p -6% Londres
London Stock Exchange 1850p 75% Londres
Rémy Cointreau 38€ -8% Paris
Rentokil Initial 75p 21% Londres
TeliaSonera 58SEK 10% Estocolmo
Yell 330p 98% Londres
Segunda-feira, 28 de Abril de 2008

EDP das arábias não convence

A entrada da International Petroleum Investment Company, uma empresa inteiramente controlada pelo fundo soberano de Abdu Dhabi, no capital social da EDP, no início do mês, surtiu uma euforia momentânea sobre as acções da eléctrica nacional. A possibilidade da participação de 2 por cento da IPIC no capital da EDP significar, no futuro, acordos de cooperação no sector do gás e da electricidade exaltou os bolsos dos accionistas da empresa liderada por António Mexia.
Sentimento semelhante tiveram os accionistas de grandes bancos norte-americanos. Depois de observarem as suas acções cairem a pique desde que a crise do crédito de alto risco rebentou por terras do "Tio Sam", graças à intervenção de vários fundos soberanos no mercado de capitais, conseguiram colocar um travão momentâneo na queda das cotações. Foi o exemplo dos 5 mil milhões de euros investidos pelo fundo soberano de Abdu Dabi, em Novembro de 2007, na aquisição de uma participação de 4,9 por cento do capital do Citigroup, e, um mês depois, a entrada do fundo soberano chinês, o China Investment Corporation, no capital social do Morgan Stanley, através de um investimento de 3,5 mil milhões de euros, conferindo-lhe uma fatia de 9,9 por cento do banco norte-americano.
Para as contas dos investidores, estas estratégias dos fundos soberanos significa automaticamente uma subida da cotação das acções, em virtude de um aumento da procura das acções, mas também em virtude da entrada de avultadas somas monetárias nos cofres da empresa, um sinal de confiança quanto ao futuro da companhia. Porém, para Veljko Fotak e William Megginson, professores da Universidade de Oklahoma, apenas a primeira parte desta afirmação está correcta. Através de um trabalho denominado de "The Financial Impact of Sovereign Wealth Fund Investments in Listed Companies", os professores concluiram que o impacte dos fundos soberanos nas cotações das acções é apenas temporário e que as suas estratégias são sempre centradas na rápida obtenção da maximização do lucro, "traduzindo-se num impacte negativo nos incentivos da gestão e numa deteriorização dos índices de produtividade das empresas e do desempenho das acções. Além disso, revelam que, "120 dias seguintes à entrada de um fundo soberano no capital de uma empresa, as suas acções perdem, em média, 6,63 por cento".
No caso dos bancos, apesar das suas acções terem registado recuperações de dois dígitos no mês de Março, a verdade é que a banca internacional ainda está a tentar tapar os inúmeros buracos causados pelo subprime e nem o dinheiro que chega do Oriente tem safado a apresentação de sistemáticos prejuízos-recorde. Quanto à EDP, se está a pensar comprar acções da eléctrica nacional, não tome a sua decisão com base num súbito interesse do príncipe das arábias pela empresa nacional. Pondere os prós e os contras do negócio eléctrico e das renováveis da empresa de Mexia e decida se vale a pena apanhar a boleia do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos. Luís Leitão
Quinta-feira, 3 de Abril de 2008

Barragens de oportunidades

Siga o dinheiro públicoA folga conseguida pelo actual governo devido à diminuição do défice orçamental para 2,6 por cento já se nota nas páginas dos jornais. Depois de alguns anos em contracção, o investimento público vai aumentar nos próximos anos e estimular alguns sectores da economia nacional. O Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico é um exemplo. Até 2015, o governo pretende investir entre 1,15 e 1,56 mil milhões de euros na construção e adjudicação de 10 novas barragens de forma a aumentar o potencial hídrico do país.
Esta nova onda de investimento público aumenta o potencial de algumas empresas cotadas na bolsa nacional. A EDP – Energias de Portugal é uma delas. Aliás, até agora, a eléctrica nacional é a única concorrente aos 4 concursos já lançados pelo governo. No entanto, segundo o ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Francisco Nunes Correia, o governo vai lançar mais 5 concursos até ao final de Abril.
A EDP e a REN – Redes Energéticas Nacionais serão 2 das empresas beneficiadas pelo plano de investimentos do governo, a primeira a produzir e a segunda a distribuir a energia gerada. No entanto, alguém tem de construir os diques. Parte do dinheiro investido pelo governo irá parar à gaveta de empresas do sector da construção. Mota-Engil, Teixeira Duarte e Soares da Costa serão das mais beneficiadas pelo aumento do investimento público programado até meados da próxima década que, segundo o programa do governo, deverá ascender a 16 mil milhões até 2009 e a 25 mil milhões até 2018. Não admira que Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas diga que “2007 poderá vir a ser recordado como o ano em que se encerrou mais um longo ciclo de crise no sector da construção”.
Ou seja, há que pôr mãos-à-obra. Ou melhor, mãos à bolsa. Joaquim Madrinha

Pesquisa Carteira

Arquivos

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

tags

todas as tags